Carlão

Carlão festeja os ‘entas no Lux

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Ler artigo originalmente publicado na Look Mag

“Há bocado fiz umas contas e senti-me mal.
Quando tiveres dezoito eu vou ter quarenta e tal.
Tenho medo de não perceber o teu mundo nessa altura
Mas, acredita, o feeling que sinto não é sol de pouca dura.
Por muito cota e datado que te possa parecer,
Fui e sou mais janado do que gostava de ser
Por isso está à vontade, manda vir que eu aguento,
No mínimo posso estar, se calhar, um pouco lento.”

As palavras são de “Joaninha (Bem Vinda!)”, faixa que os Da Weasel deram ao mundo no seu Re-Definições. O ano era 2004 e Pacman – que na altura se apresentava com este nome, aquele que ficará sempre – escrevia à sobrinha, filha do baixista Jay Jay. (“Yo Jay, tenho saudades dos tempos de garagem”.)

A olhar para o futuro, Pacman previa a pacatez da idade. Talvez não previsse esta noite de 23 de Abril de 2015 em que leva o seu novo álbum a solo ao Lux Frágil. Aqui marca um regresso à música, assinala a entrada nos quarenta dando aliás esse título ao disco e resgata à apatia os fãs de Da Weasel. Que a Doninha continua a ser a obra maior de Pac e estamos só à espera da reunion para a reviver.

Com a idade vieram os filhos e a calma. Vieram os fãs mas também os sapatos de marca, camisa perfeitamente engomada e o ar impecável com que Pac (agora Carlão) sobe ao palco do Lux. (E não conseguimos deixar de pensar no que diria o Pac de língua afiada dos 90s deste Carlão.) A sala está longe de esgotar e o ambiente em nada se compara ao período áureo dos Da Weasel. Desse tempo veio também o mestre dos pratos, DJ Glue. É ele que comanda os beats durante a noite. Pelo caminho ficaram as rastas e a pressa de viver a juventude.

“No mínimo posso estar, se calhar, um pouco lento.”

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Os singles da salvação

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Ler artigo originalmente publicado na Look Mag

Chegámos àquela altura do ano em que já só se pensa nos festivais de verão e em enfiar os pés na areia enquanto se destila inveja no Instagram com fotos de praias paradisíacas e refrescos gulosos. Chegámos, finalmente, às tardes nas esplanadas e aos sunsets.

Chegámos aos novos lançamentos, aquela altura tão especial em que as nossas bandas preferidas antecipam os trabalhos que vão chegar em breve com singles que despertam a curiosidade. Chegámos ao período de estágio para os festivais e já estávamos a precisar tanto disto quanto de vitórias do Sporting.

Aqui ficam os singles da salvação – playlist para sair da apatia do inverno e entrar directamente no verão, com a mesma convicção de um mergulho na piscina no Milhões de Festa.

Os Blur estão de volta e o mundo da música está aos saltos. “The Magic Whip” é o primeiro trabalho que o grupo edita em 12 anos e sai já a 27 de abril. Singles para ouvir até lá: “Go Out”, “There Are Too Many of Us” e “Lonesome Street”. Em julho, queremos ouvir estas e muitas outras no Super Bock Super Rock.

Outro regresso muito aguardado é o dos Tame Impala. Os meninos bonitos do rock psicadélico vão apresentar o sucessor de “Lonerism” (2012), que já tem nome – “Currents” – mas não tem data. Enquanto esperamos, ficam “Let It Happen” e “‘Cause I’m a Man”.

“Sunshine on My Back” é o único tipo de raio de sol de que Matt Berninger gosta, diz o vocalista dos The National nesta nova música. É, contudo, um single sem filiação. Não se sabe se é a introdução do novo disco dos mestres da melancolia indie. Sabe-se apenas que tem a participação de Sharon Van Etten, também ela dada a certa melancolia.

Os The Vaccines já não são novidade para ninguém – a não ser para mim. Só há pouco tempo acordei para “Come of Age”, disco de 2012 com canções aceleradas e leves como “No Hope” e “Teenage Icon”. Para me retratar do atraso, já pus em loop os dois novos temas da banda britânica, “Handsome” e “Dream Lover”, avanços de “English Graffiti”, que deverá sair em maio. Nada de novo, mas em equipa que ganha não se mexe.

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