
Beyoncé | ‘Hold Up’
Como quem muda a roupa de Verão para a de Inverno, aqui fica playlist de renovação com música nova, para fazer as pazes com o frio e dizer adeus de vez ao calor.
Beyoncé | ‘Hold Up’
Como quem muda a roupa de Verão para a de Inverno, aqui fica playlist de renovação com música nova, para fazer as pazes com o frio e dizer adeus de vez ao calor.
A propósito de Samuel Úria, e no capítulo dos regressos, os Minta & The Brook Trout tem álbum e cara novos.
Slow é o sucessor de Olympia, um dos discos nacionais mais aclamados de 2012 e a que apetece sempre voltar. Desde então, a banda reestruturou um pouco da sua composição e trouxe novos membros para o novo trabalho, lançado em Fevereiro. Francisca Cortesão e Mariana Ricardo fazem-se acompanhar agora por Tomás Sousa, Margarida Campelo e Bruno Pernadas. Nomes de peso que garantem sucesso ao disco da banda, nesta nova fase. A sua raiz folk, essa, mantém-se inalterada.
Em Slow, encontramos canções – na mais pura acepção da palavra. Aqui estão histórias, cantadas devagarinho, para ouvir com calma debaixo de um sol quente de Primavera, a estação mais aconselhada para consumo do novo disco dos Minta. Prova disso mesmos é “I Can’t Handle The Summer”, o single de estreia que dá uma ideia do espírito deste álbum e que vem acompanhado de um vídeo a fazer lembrar as férias de Verão passadas na praia.
Slow já foi apresentado ao vivo, no CCB, e soma datas para os próximos meses, para consultar aqui.
Grande Medo do Pequeno Mundo foi o último registo que Samuel Úria deu a conhecer ao mundo, em 2013, excluindo pontuais covers (de gente como Pink Floyd, Os Paralamas do Sucesso e Dina). O músico andou entretido com as suas habituais colaborações (com o brasileiro Wado e com Márcia) e com projectos como a Cantina, programa de música e conversa que a Antena 3 deu a Samuel Úria durante algumas semanas. Estava mais do que na altura de termos notícias do trovador de patilhas (como em tempos lhe chamou Pedro Mexia). Chegaram hoje.
Se foi a época de renovação pascal ou a sede de pôr música cá fora, não sabemos. Sabemos que já anda aí um single e que chegou com a informação anexa de um novo disco, desvendado a 29 de Abril. Nem será preciso esperar muito, sorte a nossa.
A música de avanço tem por título “Dou-me corda”. Está disponível no Youtube e faz-se acompanhar de uma ilustração ao estilo da capa do último trabalho de Samuel Úria.
Carga de Ombro será o nome do disco, apresentado ao vivo logo no dia do lançamento. O primeiro concerto da nova vida de Samuel Úria acontece então a 29 de Abril, no São Luiz Teatro Municipal. No dia 5 de Maio, o espectáculo repete-se na Casa da Música, no Porto. A entrada tem preço único, 13 euros, e inclui o disco.
O álbum terá a participação de Francisca cortesão (ela que, com os Minta & The Brook Trout, também tem disco de originais novo) em pelo menos uma das faixas, “Vem por mim“. A julgar pelas artes que Samuel Úria já foi divulgando e pelo ritmo arrastado de “Dou-me corda”, o novo trabalho parece ter um tom mais pesado do que o baladeiro preferido dos portugueses tem por hábito entregar.
Por toda a parte, celebra-se o regresso tão aguardado de Samuel Úria.
Ler texto originalmente publicado na Look Mag
Chegou em 2014 com uma pergunta longa mas bastante simples: “How Can We Be Joyful in a World Full of Knowledge?”. Bruno Pernadas emancipou-se do anonimato de grupos como os Real Combo Lisbonense, para apresentar ao público um disco tão soberbo quanto inesperado. A expectativa para o concerto de 5 de fevereiro, no CCB, não podia ser maior.
Vem em nome próprio mas rodeado de grandes músicos. É assim que o concerto do Centro Cultural de Belém começa. Vemos no palco Afonso Cabral (You Can’t Win, Charlie Brown), Francisca Cortesão (Minta & The Brook Trout) e Margarida Campelo. A bateria está a cargo de João Correia (para resumir a lista de bandas do currículo, Tape Junk) e o baixo fica com Nuno Lucas (Tape Junk). No total, entre cordas e sopros, teclas, pandeiretas e até um megafone, são oito os artistas presentes no Pequeno Auditório do CCB, ao comando de Bruno Pernadas. Um pouco do universo Pataca Discos representado em palco.
Rodeado de pautas, Bruno Pernadas lidera sem ser preciso manifestar-se. Ao final da segunda música, porém, um contratempo técnico vai obrigá-lo a interromper o alinhamento, aproveitando para cumprimentar a sala e prometendo remeter-se ao silêncio durante o resto da noite, se o material assim permitir.
Por agora, são os sucessivos “ah” da primeira música que se fazem ouvir. Apesar de ser diferente do que conhecemos no álbum, é um som que nos agarra. Não deixa que nos percamos no gap entre a versão que ouvimos repetidamente em meses de espera por um concerto e o real deal. Ultrapassado o choque inicial, acabamos por mergulhar no alinhamento. Há demasiadas coisas a acontecer para nos determos com reflexões. Aqui, todos os pormenores estão a nu. Todas as teclas que Bruno Pernadas vai escolhendo, todos os acordes das guitarras, todas as sobreposições de instrumentos são apreensíveis individualmente. A homogeneidade do disco dá lugar à singularidade de cada elemento e tudo fica mais real, mais sincero. Nada se perde.
“Alright, now smile and remember, not too many Martinis”. O aviso chega-nos com “Indian Interlude”, logo seguida de “Huzoor”, uma das faixas mais completas/complexas de “How Can We Be Joyful…”. Vemos Bruno Pernadas deixar as teclas e pegar na guitarra. Toca qualquer instrumento com a mesma confiança com que lidera este grupo sem ter de ocupar o lugar central do palco. Na verdade, reserva-se o canto direito, resguardado do foco de luz principal e olhares do público. Percebemos, mesmo assim, que é ele quem comanda a orquestra. Terá desenhado cada uma das músicas, imaginado a entrada e momentos altos de todos os instrumentos que ouvimos. E depois, como os bons líderes, retira-se do resultado final, deixa-se anular pelo todo para ir ocupar um segundo plano. Este é um Pequeno Auditório demasiado pequeno para Bruno Pernadas – e está quase esgotado. (mais…)